terça-feira, 10 de novembro de 2009

Avassaladora


Avassaladora

Senta no seu colo

Lambe o pescoço

Morde a orelha

Enfia a língua

Por entre seus dentes

Tomando toda a sua boca

Ela é louca

Muito louca

E ele adora a sua mão

Apertando o que deseja

Com calor e com carinho

Ensinando o caminho

Da loucura

E acabando

Com seu medo de não poder

E o macho se solta, se larga

Se acaba na mão da rainha

Com todo prazer

E o macho desmonta

No grito de gozo

Na mão da rainha

E desmaia

De tanto prazer.



Composição de Gonzaguinha.






quinta-feira, 7 de maio de 2009

Papo de Homem?!

Já dizia Kardec, "nada acontece por acaso...". Estava eu a procura de um livro no Google, quando me deparei com um site deveras interessante - Papo de Homem. Adorei os papos de homem! Seria minha porção de Yang? Vai saber...
Abri a página onde um artigo me chamou muito a atenção: Tapa na cara durante o sexo: por que muitas mulheres gostam? Nesse artigo são abordados vários ângulos sobre o tema. Pessoas postam suas opiniões. O autor comenta. Isso tudo me fez pensar na complexidade dos relacionamentos. Algumas mulheres, mais docinhas, mais meigam, odiariam receber um tapa onde quer que fosse. Outras, porém, lamentariam aquela transa que não rolou o tal sexo-animal. Não é engraçado isso tudo? Quer dizer, engraçado, não, trágico. Às vezes encontramos um cara perfeito: bom pai, bom filho, bom aluno, bom empregado, bom patrão, bom tudo!, mas o cara bate, ou não bate; puxa o cabelo, ou deixa de puxar; te trata como uma vagabunda, ou deixa de te tratar assim. E com isso, aquele homem perfeito passa a não ser tão perfeito assim. Alguém pode achar que isso é apenas um detalhe que poderia ser resolvido numa conversa. Será?
Imagine uma mulher dengosa, tímida e que o-dei-a apanhar durante o sexo, que começa a namorar um cara que adora bater. Eles conversam. Ela aceita tentar. Tudo começa e, no meio daquela loucura toda, ele bate. Ela não se move. Olhos esbugalhados. Começa o choro compulsivo. Definitivamente, ela não gosta de apanhar.
No outro lado da cidade, um outro casal. Ela a-do-ra apanhar. Ele, nunca bateu. Eles conversam. Ele topa. Luzes, câmeras, ação! Ela pede. Ele reluta por meio segundo, e bate. Um tapinha de matar mosquito. Ela, imóvel. Olhar fixo. Está desapontada. Agradece, vira para o lado, e vai dormir. Definitivamente, ele não sabe bater.
Seria perfeito se pudéssemos fazer a troca entre os casais. No bom sentido, claro. Talvez esses itens, algumas vezes de série, outras, opcionais, justifiquem tantos test-drives que são feitos por aí. Talvez, também, justifiquem boa parte das traições. "Meu marido não me bate!", alguém poderia dizer. Seja o que for, como for, nada melhor do que encontrar alguém com quem não precisamos conversar para usufruir das delícias que o sexo nos oferece. Para alguns, com tapas. Para outros, com beijos. Para muitos, entre tapas e beijos. Ou la la!

sábado, 2 de maio de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mulheres apaixonadas



É curioso observar o comportamento das mulheres diante de seus relacionamentos amorosos. Curioso talvez não fosse a palavra ideal. Patético. Isso mesmo. É patético. O que é curioso, isso sim, é o fato de não haver distinção entre classes sociais, níveis culturais, faixas etárias, ou estações do ano. Sim, poderia ser uma questão sazonal. Mas não é.
Talvez você possa estar pensando que eu sou mais um tipinho amargurado querendo denegrir (ainda mais) a imagem masculina. Ledo engano. A intenção, se é que há, é filosofar sobre o comportamento feminino, o que vem chamando minha atenção cada vez mais.
Algumas reações, alguns comportamentos são uma constante na vida das mulheres apaixonadas. Dá até para fazer um daqueles testes de revista que, normalmente, a gente faz quando vai ao cabeleireiro (e perde horas lá!).
Você pensa mais nele do que ele em você?
Ele não te dá a atenção que você precisa ou acha que merece?
Você tem a sensação de que está sendo usada, mas não consegue se afastar dele?
Ele te humilha, mas, mesmo assim, você o recebe de braços abertos?
Ele nunca te liga, mas quando o faz você está pronta para servi-lo?
E, para terminar. Você jura que aquela foi a última vez, e que nunca, nunca mais vai vê-lo novamente, mas acaba esquecendo todas as juras que fez quando o telefone toca e é ele te convidando para sair?
Que atire a primeira pedra aquelas que estão apaixonadas, amando, e que não disseram sim para todas as perguntas anteriores. Será que as mulheres precisam passar, aceitar todas essas situações repetidas vezes em suas vidas? Será que os tais exemplares do sexo masculino, que dividem com essas mulheres os papéis principais da trama, valem tanto a pena? Será que não existe uma supervalorização da grama do vizinho? Lembram daquele acessório (nada fashion!) que colocamos nos cavalos para impedir a visão lateral? Alguma semelhança com a maneira com a qual essas mulheres conduzem suas vidas?
Pois, lá vai a sugestão. Tirem os arreios, os anteolhos, e tudo o mais. Olhem para os lados, para cima, para baixo e, especialmente, para frente. Não para ver somente quem está a sua frente, mas o que está além. Amem a vocês mesmas. Permitam-se serem amadas. Desfrutem do presente e transformem o futuro. Quanto ao passado? Deixem isso para os arqueólogos, paleontólogos, e para os museus. Experimentem viver, amar, transformar. Confiem em vocês.
Esse texto foi escrito na madrugada do dia 06/04/09, quando eu não conseguia dormir, e é uma homenagem a uma amiga. Ela penou nas mãos de um homem que a humilhava das mais diversas maneiras, e resolveu acordar quando ao perguntar a ele há quantos anos estavam juntos, obteve como resposta, “Não estamos juntos. Nós apenas nos encontramos de vez em quando”. Os “encontros” entre eles duraram cerca de nove anos. Durante todo esse tempo, ela foi fiel a ele. Coisa rara hoje em dia. Ao contrário do que dizem nos contos de fadas, eles não foram felizes (juntos) para sempre. Mas ela, agora, se deu a chance de ser realmente feliz. Sem ele. Mas com o mundo inteiro pela frente.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Feliz aniversário!



Que dia especial! Meu inferno astral acabou. O ano começa hoje pra mim. Um ano que promete! Acho que nunca tive tanta certeza da proximidade de coisas boas. Aliás, venho esperando por isso há anos. O que são? Não faço a menor idéia! Mas, continuo aqui, esperando.



Quero agradecer a Deus por tudo! Pelo que foi, e pelo que virá. Pedir que Ele continue me abençoando, cuidando de mim. Que a alegria, a força e a fé que parecem transbordar do meu peito, inunde o mundo inteiro.




Infelizmente, a Martha Medeiros está de férias (desculpe por isso, Martha!). Não tenho um de seus textos para abrilhantar meu blog no dia do meu aniversário, e por isso vou te trair. Encontrei esses na internet e gostei. Deixo-os aqui para registrar o poder e a força que cada um de nós temos, e que se renova a cada vez que completamos mais um ano de vida.



O poder que eu tenho


Mesmo se alguém disser o contrário, eu nunca acreditarei, pois ninguém no mundo é tão forte quanto eu.
Mesmo se alguém tentar passar à minha frente, eu sempre serei o primeiro, pois eu creio na minha vitória.
Mesmo se alguém me fizer chorar, eu enxugarei as lágrimas e levantarei a cabeça, porque eu sei que quando eu sorrio irradio a essência dos campeões.
Mesmo se alguém me fizer sofrer, eu não deixarei de acreditar que a minha felicidade depende primeiramente de mim.
Mesmo se alguém disser que sou fraco, serei capaz de mostrar o quão forte sou.
Porque mesmo que alguém não consiga ver, eu sei o poder que eu tenho.


Quantas Vezes


Quantas vezes nós pensamos em desistir,deixar de lado, o ideal e os sonhos?

Quantas vezes batemos em retirada,com o coração amargurado pela injustiça?

Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade,sem ter com quem dividir?

Quantas vezes sentimos solidão,mesmo cercado de pessoas?

Quantas vezes falamos, sem sermos notados?

Quantas vezes lutamos por uma causa perdida?

Quantas vezes voltamos para casa com a sensação de derrota?

Quantas vezes aquela lágrima teima em cair

justamente na hora em que precisamos parecer fortes?

Quantas vezes pedimos a Deus um pouco de força,um pouco de luz?

E a resposta vem, seja lá como for. Um sorriso, um olhar cúmplice,

um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor.

E a gente insiste.

Insiste em prosseguir, em acreditar,

em transformar, em dividir,em estar, em ser.

E Deus insiste em nos abençoar, em nos mostrar o caminho.

Aquele mais difícil,mais complicado, mais bonito.

E a gente insiste em seguir porque tem uma missão...

SER FELIZ!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Essa tal felicidade...


Algumas pessoas ficam um pouco chateadas comigo quando eu digo não acreditar que exista felicidade. Calma, meus amigos! Eu não sou tão pessimista assim. Simplesmente não acredito que haja alguém feliz durante as vinte e quatro horas do dia. Mas acredito, sim, em momentos de felicidade. Como acredito! Existem momentos na vida da gente que parecem fazer eternizar aquele sentimento gostoso, que preenche o corpo todo e nos faz sorrir sem motivo. Nos deixa com o olhar perdido, com cara de bobo e pensamento lonnnnnnge!
Momentos de felicidade que podem durar dias na alma da gente. Momentos que são frágeis e que podem se desmaterializar a qualquer instante. O doce e o amargo contidos num só. Sol e lua. Yin e yang. E o pior, ou melhor, é que por ser tão contraditório faz com que a gente deseje ter mais e mais momentos, e que eles durem mais e mais. Eu só não consigo deixar de me perguntar o que tenho feito para que isso aconteça.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Mãe

Essa sempre foi uma das preces que minha mãe mais gostou. Sem dúvida, ela é divina. Que ela continue espalhando a paz a todos que habitam esse planeta, visíveis aos olhos dos homens ou não.


Hint!


Challenge


E mais um ano se vai... tarde!


Adeus ano velho!

Bendita seja essa frase! Especialmente se colocada no plural. Fazendo uma breve retrospectiva dos últimos anos, percebi que as recordações que ainda guardo não são as melhores. De longe, a maior delas foi a perda da minha mãe. Foi como perder o chão, o norte, o ar, as esperanças e objetivos. Às portas de completar o segundo ano de sua partida deste plano, começo a perceber que alguma coisa grandiosa está prestes a acontecer. Foram muitos fatos, muitas mudanças e decepções enormes que sucederam recentemente. Seja o que for, espero ainda ter força para enfrentar. Bom ou ruim. Feliz ou triste. Mas, acima de tudo, abolindo o medo. Palavrinha danada essa! Pequenininha e ordinária! Sentimento que faz bloquear aquilo que todos anseiam nessa época - um ano NOVO. O novo é desconhecido e desejado. Provoca sentimentos dicotômicos. Lança. Trava. Mas o fato é que não há como fugir dele porque ele vem ao nosso encontro. O que fazer? Se entregar à vida talvez seja a resposta. E, mais uma vez, encontrei nas palavras de Martha Medeiros uma síntese dos desejos e dos votos para mais um ano que se aproxima. Que sejamos fortes. Que tenhamos a coragem dos maiores guerreiros da história para enfrentar o maior de todos os inimigos - o medo. Que essa coragem nos tome não só às vésperas de um ano novo, mas a cada novo amanhecer dos próximos dias de nossas vidas.






Sem medo de perder



Chega o final do ano e a gente se projeta pro futuro de uma forma um pouco vacilante: por um lado, nosso espírito está voltado para a renovação, para investir em projetos inéditos, para sonhar alto e combater nossas carências. É como se pudéssemos, de um dia para o outro, zerar o que foi realizado e nascer de novo.


Por outro lado, temos dificuldade em dar essa zerada, porque isso significaria abrir mão de algumas coisas que foram vividas, e ninguém quer trocar uma coisa por outra, e sim acumular. O ideal seria o novo ano nos receber de portas escancaradas para que passássemos com toda nossa bagagem.


Porém, a porta não é tão escancarada assim. Não dá pra trazer tudo com você. Principalmente se você está assim tão repleto de desejos novos. Para que possamos receber o novo, é preciso deixar pra trás desejos antigos. Isso não significa que a gente não deva guardar boas lembranças, mas não dá pra se agarrar a isso como a uma âncora. A gente só pensa em ganhar, mas é preciso aprender a perder.


Foi lendo uma crônica do Contardo Calligaris, de dezembro de 2005, que me deu o estalo: como é que eu vou abrir espaço para novos acontecimentos e emoções na minha vida se não consigo me despedir do ano passado, do tempo passado?


Adeus ano velho. Foi ótimo, foi péssimo, foi fácil, foi difícil, me dei bem, me machuquei, teve de tudo. As coisas boas naturalmente vão se acomodar na minha mochila e vir comigo, mas e tudo aquilo que não cabe mais na minha vida? Faço o que com o excesso de peso?


Algumas pessoas desejam uma nova perspectiva profissional, mas, em vez de dar um basta para o trabalho que já não serve, se arrastam mais um pouco e os prognósticos de novidade não se cumprem. Há os que querem parar de fumar, parar de engordar, parar de beber, mas pra tudo isso terão que abrir mão de algo difícil de abandonar: o prazer que certos maus hábitos proporcionam.


E tem aquele assuntinho onipresente, as relações amorosas. A gente já não vê mais graça em sofrer, não quer se acostumar com a dor, com as repetições, com a aridez do coração, mas como virar a página depois de tudo o que foi investido, de tanta tentativa, de tanto sentimento que não foi inventado, mas que existiu de fato? Pra responder a essa questão, volto (e voltarei sempre) a uma frase do Norman Mailer: "As pessoas procuram o amor como solução para os seus problemas, quando o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas."


E emendo com uma citação que completa a anterior. Do Calligaris, claro, guru e inspirador desta crônica: "Meus votos para todos: um ano novo sem medo de perder."



Texto da Martha Medeiros publicado na Revista O Globo, em 28 de dezembro de 2008.