segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mulheres apaixonadas



É curioso observar o comportamento das mulheres diante de seus relacionamentos amorosos. Curioso talvez não fosse a palavra ideal. Patético. Isso mesmo. É patético. O que é curioso, isso sim, é o fato de não haver distinção entre classes sociais, níveis culturais, faixas etárias, ou estações do ano. Sim, poderia ser uma questão sazonal. Mas não é.
Talvez você possa estar pensando que eu sou mais um tipinho amargurado querendo denegrir (ainda mais) a imagem masculina. Ledo engano. A intenção, se é que há, é filosofar sobre o comportamento feminino, o que vem chamando minha atenção cada vez mais.
Algumas reações, alguns comportamentos são uma constante na vida das mulheres apaixonadas. Dá até para fazer um daqueles testes de revista que, normalmente, a gente faz quando vai ao cabeleireiro (e perde horas lá!).
Você pensa mais nele do que ele em você?
Ele não te dá a atenção que você precisa ou acha que merece?
Você tem a sensação de que está sendo usada, mas não consegue se afastar dele?
Ele te humilha, mas, mesmo assim, você o recebe de braços abertos?
Ele nunca te liga, mas quando o faz você está pronta para servi-lo?
E, para terminar. Você jura que aquela foi a última vez, e que nunca, nunca mais vai vê-lo novamente, mas acaba esquecendo todas as juras que fez quando o telefone toca e é ele te convidando para sair?
Que atire a primeira pedra aquelas que estão apaixonadas, amando, e que não disseram sim para todas as perguntas anteriores. Será que as mulheres precisam passar, aceitar todas essas situações repetidas vezes em suas vidas? Será que os tais exemplares do sexo masculino, que dividem com essas mulheres os papéis principais da trama, valem tanto a pena? Será que não existe uma supervalorização da grama do vizinho? Lembram daquele acessório (nada fashion!) que colocamos nos cavalos para impedir a visão lateral? Alguma semelhança com a maneira com a qual essas mulheres conduzem suas vidas?
Pois, lá vai a sugestão. Tirem os arreios, os anteolhos, e tudo o mais. Olhem para os lados, para cima, para baixo e, especialmente, para frente. Não para ver somente quem está a sua frente, mas o que está além. Amem a vocês mesmas. Permitam-se serem amadas. Desfrutem do presente e transformem o futuro. Quanto ao passado? Deixem isso para os arqueólogos, paleontólogos, e para os museus. Experimentem viver, amar, transformar. Confiem em vocês.
Esse texto foi escrito na madrugada do dia 06/04/09, quando eu não conseguia dormir, e é uma homenagem a uma amiga. Ela penou nas mãos de um homem que a humilhava das mais diversas maneiras, e resolveu acordar quando ao perguntar a ele há quantos anos estavam juntos, obteve como resposta, “Não estamos juntos. Nós apenas nos encontramos de vez em quando”. Os “encontros” entre eles duraram cerca de nove anos. Durante todo esse tempo, ela foi fiel a ele. Coisa rara hoje em dia. Ao contrário do que dizem nos contos de fadas, eles não foram felizes (juntos) para sempre. Mas ela, agora, se deu a chance de ser realmente feliz. Sem ele. Mas com o mundo inteiro pela frente.